domingo, 24 de julho de 2011

Os diferentes tipos de guarda do Jiujitsu

A guarda do jiu-jitsu tem uma característica de grande diferencial em relação as lutas em pé. Ao contrário destas que a guarda é feita pelas mãos, na arte-suave, nós utilizamos as pernas como guarda. Devido a grande musculatura envolvida (coxas, panturrilhas, glúteos, lombares e abdominais), nossa guarda é extremamente poderosa, permitindo que lutadores vençam adversários muito maiores e mais fortes.


Guarda Fechada

A guarda-fechada é posição mais fundamental do jiu-jitsu. Nela fica-se de costas no chão e mantém-se o oponente preso entre nossas pernas. Nessa situação ele tem praticamente como única opção a tentativa de passagem de guarda, pois devido a possibilidade que temos de utilizar as pernas, as tentativas de finalização em geral são infrutíferas (mesmo o estrangulamento).
As opções nesta situação são inúmeras: finalizações, raspagens, ida para as costas...


Meia Guarda

Na década de noventa a meia-guarda representou uma renovação a arte, e mesmo no início dos anos 2000 muitas de suas técnicas eram vistas como "novidades" e do 'jiu-jitsu moderno". Mas depois de tantos anos, essa posição já faz parte do jiu-jitsu tradicional.
É uma guarda interessante pois ambos os lutadores possuem possibilidades de ataque como finalizações, passagens de guarda e raspagens. É muito utilizada para evitar uma passagem de guarda.


Guarda Aberta

Na Guarda-Aberta no lugar de manter as pernas fechadas as mesmas estão abertas e apoiadas na cintura, dominando os braços. Possibilitando quedas, raspagens, finalizações, etc.


Guarda Aranha

Na Guarda Aranha mantém os pés dominando as articulações do braço, mantendo assim um controle muito bom do adversario, existe uma variação laçando o braço do oponente.


Guarda Alta ou Escalada

A Guarda Alta é uma variação da Guarda-Fechada Clássica, só que no lugar das pernas ficarem na linha da cintura do adversário uma perna domina o ombro, ficando por cima do trapézio, muito eficiente para finalizações como: chaves de braço e estrangulamentos.


Guarda De La Riva

Essa guarda criada pelo Mestre Ricardo de La Riva, tem como arma principal a força das pernas aplicadas através de ganchos. Seu domínio e aplicação exigem, no entanto, um maior tempo de treino no jiu-jitsu, sendo usada em geral apartir da faixa-roxa.
Consiste em manter os braços controlados pela pegada na lapela, e o quadril do oponente controlado através de um dos pés na virilha e outro em um gancho externo, eficiente para quedas e raspagens e algumas finalizações.


Guarda em X

Para sua execução abrace uma das pernas do oponente e faça um gancho duplo e cruzado na outra perna. Com a mão livre controle o braço do adversário com uma pegada na manga.
Quando se põe o lutador na guarda-x rapidamente já se percebe o desequilíbrio que ela causa. As possibilidades de ataque são muitas, mas as mais usadas são as raspagens e idas para as costas.


Guarda Borboleta

Para sua execução estando sentado coloca-se os dois ganchos por dentro das pernas do adversário, domina um dos braços e o outro abraça o pegando na faixa, eficiente para raspagens e desequilibrios.


Guarda Tartaruga

Criada pelo faixa preta Eduardo Telles sua aplicação é a partir dos quatro apoios, eficiente para contra-ataques, raspagens e até finalizações.


Guarda Emborcada

Criada pelo campeão mundial Roberto MAgalhães o Roleta, nesta guarda fica-se apoiado de cabeça no chão, ou curva-se a cabeça e apóia-se o ínicio das costas e ombros. Um braço do adversário fica entre nossas pernas, dominado pela manga. Com o outro braço domina-se a calça do oponente como na foto (a pegada pode ser na parte interna ou externa da coxa).


Guarda Cruzada

Nesta guarda coloca-se um pé na axila do oponente, controla-se sua perna com uma pegada na parte externa da coxa, e mantém-se um braço dominado pela manga. A outra perna fica pendente, e por incrível que pareça, esperando o próprio oponente colocar a mão sobre ela (o que permite finalizá-lo no arm-lock).


Guarda Invertida

Nesta posição colocam-se os dois pés na axila e mantém-se as duas mãos dominadas pela manga. Um ponto negativo é que se trata de uma guarda que exige muita flexibilidade. Mas com ela pode-se escapar de uma posição norte-sul, finalizar (principalmente através de um triângulo invertido) e raspar (e claro, caso se queira, repor para uma guarda mais convencional).


Guarda Borracha (Ruber Guard)

Usado pela primeira vez por Nino Schembri, mas popularizou como um sistema de Eddie Bravo, necessita de muita flexíbilidade e usando uma perna para segurar o oponente para baixo, um braço é livre para trabalhar em submissões e atacar a cabeça presa do adversário.


Guarda 50/50

Nesta posição, o lutador no fundo atravessa um triângulo na perna do adversário, que permite a perna a ser dominado, deixando os braços livres para trabalhar em raspagens e finalizações. Esta posição tem sido fortemente criticad para uso em competições, considerada uma posição de amarração.

domingo, 10 de abril de 2011

Como melhorar seu rendimento no treino‏

O Mestre Luiz Vitor, faixa-preta 2º Grau de Jiu-Jitsu, responsável pela Equipe GAS JJ desde 2003 no Bairro Laranjeiras no Rio de Janeiro retorna ao Jiu-Jitsu Online com mais uma matéria de altíssimo nível.
O texto não perde em qualidade de primeira contribuição Potencialize seu Jiu-Jitsu - Aquele que vence a si mesmo é invencível, porém nos fala agora de dicas específicas sobre como maximizar seus treinos, abordando o tema de forma muito madura, profissional e técnica. Novamente fica o nosso parabéns e muito obrigado pela contribuição.



Objetivos de um Treino
Cada treino possui e deve ter um objetivo a ser trabalhado, que sempre resultará num ótimo resultado de aprimoramento para os atletas. É muito comum na hora dos treinos livres alguns atletas serem mais solicitados para treinar, outros esquecidos, e o pior, alguns até mesmo evitados.
Todo lutador apresenta seus pontos fortes e fracos, golpes que executa naturalmente e golpes que nem pensa em utilizar ou nem mesmo experimenta já que tem confiança em outros, mas deixa assim de “aumentar” seu arsenal de posições para futuros combates. Então sempre proponho aos meus alunos que em sua avaliação pessoal, que ajuste sempre o “foco” da luta, um bom treino não é buscar apenas a finalização. Muitas vezes é o “ajuste” de uma nova posição de raspagem ou finalização.

Mestre Luiz Vitor
Caso você ache que naquele treino, o seu oponente é mais fraco tecnicamente ou na questão de força ou em ambos os casos, trabalhe nele golpes que você normalmente nem pensa em executar, ou permita ele pegar suas costas e treine sua saída. Pense na posição que mais lhe dá trabalho para sair e deixe-o chegar até ela, sendo então o ponto inicial do seu treino, ou seja, melhore sua rotina e diminua seus pontos vulneráveis. Rapidamente o atleta percebe que ajustando o foco de acordo com o seu oponente, todo treino se torna proveitoso. Ninguém numa luta dura, onde as pegadas são disputadas, irá arriscar um golpe que não sente confiança. E como adquirir confiança num golpe se esse golpe não é treinado em momento nenhum? Entra aí o exercício de ajustar cada treino, para um determinado objetivo. Para o atleta menos técnico ainda ou mais fraco também tem o retorno, de ser exigido cada vez mais e tendo assim uma melhora em seu desempenho.
Se todos os atletas, sendo competidores ou não, pensarem dessa forma, em pouco tempo todos os treinos serão perfeitos para treinar determinadas situações, aprimoramento de golpes, raspagens ou arriscar movimentos que você imagina que pode dar certo, mais jamais experimentaria numa luta, que para você finalizar seja o objetivo principal.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=WzZVU8LDNKc&feature=player_embedded#!

http://www.youtube.com/watch?v=WzZVU8LDNKc&feature=player_embedded#!

Mentalização

A mentalização é conhecida por diversos termos, dentre os principais: treinamento mental, imaginação guiada, visualização e prática mental. É um meio de simulação que pode ser utilizada para reduzir ansiedade, estabelecer confiança e aumentar a concentração. Desenvolve a plasticidade humana que permite ajustes diante de situações novas e a possibilidade de diferentes planos de solução diante de uma circunstância.
Numa luta de Jiu-Jítsu, Submission, Grappling e Vale-Tudo, as decisões são tomadas em frações de segundo e a obsessão seguida de lerdeza de raciocínio pode custar caro ao atleta. Muitas vezes para ganhar um combate, o lutador, além de ser mais técnico e forte, deve ser também mais inteligente e fazer uso da agilidade mental para descobrir os erros de seu oponente e utilizar isto a seu favor antes do término da luta.
Alguns atletas campeões de alto nível, como Bibiano Fernandes e Ronaldo Jacaré, na situação que precede alguns treinos e principalmente na competição, costumam imaginar os movimentos que executarão, repetindo algumas vezes essa representação mental, chegando até em alguns casos a dividi-los em partes, dentro de uma sequência correta tecnicamente.
Esses atletas, mentalmente, produzem estímulos e respostas. A imagem é um estímulo gerado que, em contrapartida, originará uma resposta positiva em algum determinado comportamento que ele deseja alterar.
Não existem referências ainda de estudos em curso ou publicados sobre os efeitos da visualização no MMA, mas há estudos que detalham o uso de mentalização de imagens em diversas Lutas, Artes Marciais e Modalidades de Combate. Neles, os autores chegaram a diferentes conclusões, principalmente pelo fato de utilizarem métodos distintos. Contudo, podem ser encarados como ensaios importantes para utilização com atletas de MMA.
Pesquisas
No estudo realizado por Kuan e Roy (2007), o objetivo principal foi descobrir se a visualização poderia auxiliar na dureza mental de atletas de Kung Fu (Wushu). Dureza mental é a capacidade de o lutador resistir e persistir às situações adversas, físicas e psicológicas. Os resultados indicaram que a mentalização de imagens era a chave para o sucesso dos atletas, apesar de não ter sido o único método de preparação psicológica utilizado. Outro método relevante que contribuiu muito foi a determinação e definição de objetivos e metas.
Em outro estudo (Fontani et al., 2007) foi observado que a visualização mental prévia poderia ajudar a incrementar algumas qualidades físicas relevantes para o lutador. Nele, conduzido com 30 atletas de elite de Karatê, observou-se que a visualização de um golpe antes de executá-lo influenciava positivamente na força e potência muscular desse golpe.
Weinberg, Seabourne e Jackson (1981) observaram correlação entre visualização e ansiedade pré-competitiva. Após aplicação de testes iniciais, no final de seis semanas os lutadores avaliados realizaram testes de habilidades, incluindo sparring (simulação de combate real). Foi observado que o grupo que estava trabalhando e aprendendo habilidades de visualização teve desempenho melhor do que os outros grupos pesquisados.
Davenport (2006) entrevistou três kickboxers com experiências variadas para descobrir quais habilidades eles consideravam benéficas para o sucesso. A visualização foi apontada como um componente chave na rotina. Segundo um indivíduo pesquisado: “Eu costumava me imaginar lutando contra os adversários e pensava: ‘no momento em que ele tentar colocar esse golpe em mim eu vou fazer isso…’, eu realmente lutava com eles em minha mente. ”
Highlen e Bennett (1979) analisaram 40 lutadores de elite do Canadá. Segundo seu estudo, os lutadores só poderiam utilizar visualização de imagens em grau moderado. Eles explicaram que na Luta Olímpica, por ser uma modalidade aberta (com possibilidade de ações “imprevisíveis” do adversário), é tarefa muito difícil utilizar a visualização. No entanto, vale salientar que esse estudo é antigo, realizado antes de haver qualquer forma padronizada de mensurar os efeitos da mentalização de imagens.
Já Barrow et al. (2007), utilizaram uma Escala de Imaginação no Esporte. Concluíram que os atletas de elite utilizam a visualização para aprender novas habilidades e controlar o estresse com muito sucesso. Afirmaram que, nas lutas, apesar de serem modalidades abertas, a mentalização de imagens permite-lhes a oportunidade de aprender habilidades motoras associadas à técnica.
Vantagens
1) Aumenta a precisão e com isso a velocidade de execução de um movimento ao ser posto em prática;
2) Sua utilização torna-se muito importante nas pausas decorrentes de lesões, para manter a noção do movimento;
3) Em situações pré-competitivas e competitivas, pode ajudar o atleta a ir menos sobrecarregado mentalmente para a competição, pois já repassou a seqüência diversas vezes, de forma imaginária;
4) Nas modalidades de Jiu-Jítsu, Submission, Grappling e Vale-Tudo, pode minimizar o medo, pois por meio da imaginação intensiva de um movimento, serão reconhecidos os elementos mais inseguros deste movimento e com isto poderá ser melhor efetivado.
Desvantagens
A. É mais adequada a utilização em atletas com mais de 12 anos de idade;
B. Em função da possibilidade de fadiga neuromuscular, só deve ser utilizada de forma limitada (no máximo 3 minutos por unidade de treinamento);
C. Por falta de controle adequado, sob aplicação real, se algum movimento técnico errôneo for executado de forma exclusiva ou muito longa, pode ser desenvolvido e fixado na mente.
Conclusão
Vale ressaltar que a mentalização ou visualização de imagens (Treinamento Mental) não substitui a prática técnica e por si só não garante o sucesso da performance. O treinamento prático, a princípio, é superior ao Treinamento Mental, mas a combinação dos dois conduz a melhores resultados.
Leandro Paiva é professor de educação física e autor do livro Pronto Pra Guerra. Já auxiliou na preparação de atletas de ponta como Ricardo Arona e Bibiano Fernandes. Ele colabora com este blog toda semana. Leia outros textos dele aqui. Para saber mais sobre o autor e o livro entre em http://www.prontopraguerra.com.br/ e conheça também o Pronto pra Guerra TV.

domingo, 31 de outubro de 2010

domingo, 28 de março de 2010

Carwin é campeão interino dos pesados


No segundo combate mais importante da noite, o norte-americano Shane Carwin assegurou o cinturão interino dos pesados ao nocautear com socos o compatriota Frank Mir, após 3min48s de luta. Carwin tornou-se o detentor do título da categoria enquanto Brock Lesnar se recupera dos problemas de saúde que quase acabaram com sua carreira.

A vitória brasileira no UFC 111 veio com o peso médio Rousimar Palhares, que lutou no card preliminar e finalizou o polonês Tomasz Drwal em 45 segundos. Entre os leves, o outro representante do país, Fabrício “Morango” Camões, não se deu bem e foi derrotado pelo norte-americano Kurt Pellegrino no segundo round.

Outro que sofreu para conseguir uma vitória foi o meio-médio norte-americano Jon Fitch, que seria adversário de Thiago Alves se o brasileiro não tivesse sido cortado por suspeita de lesão cerebral. Fitch ganhou do compatriota Ben Saunders por decisão unânime dos juízes.

Na outra luta do card principal, o norte-americano Jim Miller também precisou dos pontos para derrotar o canadense Mark Bocek em combate da categoria leve. Já o meio-médio brasileiro nascido nos EUA Ricardo Almeida finalizou Matt Brown em três minutos de luta.

St-Pierre sofre contra Hardy, mas mantém cinturão no UFC 111


O canadense Georges St-Pierre precisou de cinco rounds para derrotar o britânico Dan Hardy na luta principal do UFC 111 na madrugada deste domingo, e defendeu pela quarta vez o cinturão dos meio-médios do maior torneio de MMA do mundo. Mesmo vencendo por decisão unânime dos juízes, o campeão saiu decepcionado por não ter finalizado o oponente.

Principal atração do evento realizado em Nova Jersey, nos Estados Unidos, St-Pierre conseguiu neutralizar o britânico, que vinha de quatro vitórias seguidas desde a sua estreia no UFC, em outubro de 2008. Hardy veio com o status de discípulo de Matt Serra, o último lutador que conseguiu derrotar GSP, há três anos.

O britânico não conseguiu ficar em pé durante a maior parte da luta, e por isso não pôde ameaçar St-Pierre com a sua estratégia mais forte, a de trocar golpes. O canadense, conhecido por suas habilidades de wrestling, levou o combate para o chão no começo dos assaltos, mas teve dificuldades para dominar o adversário.

“Já estava achando que ele era feito de borracha”, declarou GSP após a luta. “É uma vitória, mas não estou feliz comigo mesmo. Cometi uma série de erros técnicos estúpidos. Queria finalizar essa luta”, completou o canadense, visivelmente desapontado apesar de ter confirmado mais uma vez a sua superioridade entre os meio médios.

Em seu combate anterior, quando venceu o brasileiro Thiago Alves no UFC 100, GSP também não conseguiu finalizar, e por isso saiu chateado após mais uma luta cansativa. Na pontuação final contra Hardy, St-Pierre recebeu 50-43, 50-44 e 50-45. Com a sua 20ª vitória no MMA e a 14ª no UFC, ele soma sete triunfos seguidos contra os melhores do mundo, e tem apenas duas derrotas na carreira.